A estória de Carmozina

Duas cadeiras,
a mesinha,
a cama.

Duas panelas,
dois pratos esmaltados,
outros parcos pertences.

Pórtico azul emoldura
ansiosa espera.

Ainda longe,
um contorno másculo de crina,
o barulho redondo dos cascos.

Sábia canta mais alto.
É mesmo hoje.

Linho na cama,
lenha no fogo
e a pressa
em espalhar cheiros.

Na bacia, água
pros asseios.
Banquinho pronto
pros arreios.

A chave do lado de fora
e num prego bem à vista:
“amô, amô”
Carmô.